Imagem: Gregory Fenile

Bem, qualquer curso hídrico é formado por duas coisas: água, e declividade do relevo

É muito simples: todo rio tem um fluxo, às vezes mais tranquilos e às vezes mais rápidos. Os rios que têm esse fluxo mais rápido, são chamados de rios de corredeiras, que é o caso do Rio Jacaré Pepira. Esse fluxo se dá pelo declive de relevo considerável, ou seja, uma mudança de elevação do terreno muito rápida em um espaço curto. Quando essa mudança não é tão abrupta, o rio é mais manso. Então, para saber de onde vem a água do rio é só ir contra o fluxo da água, ou seja, ir para as partes mais altas do rio.

Subindo o rio, podemos chegar em duas situações diferentes, que ou nos deparamos com uma nascente próxima, ou com um afluente que encontra o rio.

Das Nascentes:

As nascentes são formadas por saturações do terreno. São manifestações superficiais de lençóis subterrâneos de água. Usando as palavras do professor Osvaldo Ferreira Valente:

“Diminuir o número de nascentes significa diminuir, também, o número de cursos d’água e, consequentemente, reduzir a vazão total da bacia ou sua produção de água.”.

Imagem: Gregory Fenile

Na verdade, uma nascente pode surgir a partir de chuvas, lagos, derretimento de geleiras ou então serem oriundas de aquíferos. A água desses reservatórios subterrâneos, é proveniente da chuva, que passa pelos poros do solo e das rochas, até ficar acumulada em uma camada menos permeável, dando origem às nascentes como conhecemos.

Para abastecer os aquíferos, a água passa pelos poros presentes no solo. Esses poros são diferentes para cada tipo de mineral presente nas formações geológicas. Por exemplo: Um solo muito argiloso tem os poros muito finos, o que dificulta a infiltração. Já um solo com muita areia, a infiltração é facilitada porque seus poros são mais grossos. Como Brotas apresenta uma mistura desses tipos de minerais, nós vemos o Rio Jacaré Pepira com tons barrosos. Não é sujeira, são minerais que acabam sendo levados pela água da chuva.

Dos Afluentes:

Do mesmo modo, os afluentes são as veias capilares de uma bacia hidrográfica. São eles que abastecem os rios principais. Nós temos a tendência a pensar afluentes como córregos, riachos ou ribeirões (que são cursos hídricos menores, com um fluxo de água pequeno), mas rios também podem ser considerados afluentes de outros rios, dependendo da situação. São os afluentes que têm o poder de influenciar na quantidade e na qualidade das águas. 

Imagem: Gregory Fenile

De modo geral, o afluente pode vir a diminuir de tamanho se existir alguma bomba de água que retire uma quantidade significativa de água do mesmo. Outras coisas que podem atrapalhar o desenvolvimento de um afluente são o assoreamento, a retirada de mata ciliar, a travessia de bois e animais de grande porte, descarga de poluentes e de agrotóxicos, entre outros. Todos estes fatores danificam as águas do afluente.

A manutenção da mata ciliar é de extrema importância nesses casos, pois protege o afluente fisicamente e também traz outros benefícios além da proteção, como aumento da biodiversidade, melhora na infiltração, e age contra a erosão. A preservação das matas está também descrita em outro painel da exposição, visite-nos para ter acesso à mais informações.

Então, com estas duas ideias definidas, fica mais fácil de se entender como o rio se forma. Se queremos continuar usufruindo de suas águas, é muito importante que criemos medidas mitigadoras de impactos. Essas medidas podem ser:

  • Replantio da mata ciliar com espécies nativas;
  • Delimitações de Áreas de Preservação Permanentes;
  • Cercamento da área verde;
  • Uso racional e sustentável da água;
  • Preservação das nascentes;
  • Reconstrução de biomas próximos às áreas de saturação;
  • Manejo e rotação de culturas e pastoreio;
  • Produção em agroflorestas;
  • Tratamento das águas cinzas (ou água de fossa);
  • Recuperação de nascentes;
  • Retirada do lixo, e;
  • Produção de orgânicos nas partes mais baixas do relevo.

Todas estas ações ajudam na recuperação e proteção das águas. As ações envolvendo plantio e uso de solo servem principalmente para ajudar na infiltração da água no solo, que, afinal, é o que abastece o aquífero que uma hora abastece o rio, que uma hora evapora e se inicia o ciclo da água todo novamente.

E você, sabia de tudo isso? Comente aqui o que você achou!

Texto Original: Ruan Vinicius Smaniotto de Souza – Ecólogo, Instituto Astral.

Palavras chave: Rio, afluente, nascente, relevo, bacia hidrográfica, aquífero.

Fonte: 

189 Afinal, Quanta Água Temos no Planeta ? – RBRH – Revista Brasileira de Recursos Hídricos Volume 11 n.4 Out/Dez 2006, 189-199

O que é uma Bacia Hidrográfica – ((o))eco quarta-feira, 29 abril 2015 

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